Manuel Viegas Guerreiro – olhado e reflectido pelos mais jovens da sua aldeia
Obra e pensamento de Manuel Viegas Guerreiro deixam prateleiras e estantes para serem sentidos e apreendidos por crianças e jovens. São eles que dirão quem foi e quem é o patrono desta Fundação. Assim reza o cartaz colaborativo apresentado em Setembro ao Plano Nacional das Artes, para a 1.ª Bienal Cultura e Educação: Retrovisor, uma história do futuro.
O legado de Manuel Viegas Guerreiro, o histórico de colaborações entre os agentes parceiros e o barro de Querença permitiram que Fundação, Câmara Municipal de Loulé e Ao Luar Teatro, ideias culturais moldassem, através da arte, a criação de recursos educativos MVG, gérmen proposto ao Plano Nacional das Artes no passado dia 15 de Setembro no Cineteatro Louletano.
Para que ganhe raízes, a ideia conta com a sempre boa colaboração da Escola EB1/JI de Querença, que integra o agrupamento de escolas Pde João Coelho Cabanita e da União de Freguesias de Querença, Tôr e Benafim.
Crianças de Querença e jovens que se venham a voluntariar vão assim conceber recursos, vídeos e jogos para outras crianças e jovens, apreendendo não só a figura singular do mundo que é Manuel Viegas Guerreiro: o homem de escuta, o etnólogo, antropólogo, professor de liceu e universitário, mas acima de tudo os seus valores culturais universalistas, inclusivos e profundamente humanistas.
As actividades terão como palcos a Fundação, a aldeia e a paisagem envolvente de Querença.
A transferência das ideias e do conhecimento será conseguida através de um trabalho conjunto, mediada pelo projecto Vemos, Ouvimos e Lemos, já implantado na escola EB1/JI de Querença pela bibliotecária da Câmara de Loulé, Maria José Mackaaij.
A concretização dos recursos educativos terá a mentoria de Célia Martins, com formação superior em Pedagogia, atriz e co-fundadora da companhia Ao Luar Teatro que desde há quatro anos dinamiza, na mesma escola, o projecto Quarto Minguante. No contexto desenhado para 2022-2023, tenta-se abranger também jovens do entorno da aldeia.
A 1.ª Bienal Cultura e Educação, de cariz nacional, decorrerá de 1 de Março a 30 de Junho do próximo
ano e será dirigida à infância e juventude. Tem como objectivo reflectir e disseminar o lugar das expressões e das linguagens artísticas na educação, formal e não formal, através de uma programação cultural integrada e diversa. No que toca a Querença, serão apresentados e disponibilizados, em Junho, jogos físicos e digitais e um vídeo. Ferramentas de divulgação de Manuel Viegas Guerreiro que poderão ser partilhadas pela família educativa de forma universal e gratuita. Os jogos tradicionais dos macondes, vyakuyalanga em maconde, segundo recolheu Manuel Viegas Guerreiro em Moçambique, constituem um interessante ponto de partida para a exploração dos jogos tradicionais do interior de Loulé. Estes levam-nos à evidência de que as brincadeiras são universais e específicas de um território, de uma cultura. Os brinquedos que vierem a ser criados serão objecto de uma pequena mostra expositiva itinerante. Mas isso, acontecerá só no próximo ano.
Para já, e tal como na apresentação de dia 15 de Setembro, no Cineteatro Louletano, convocamos outra figura icónica: António Aleixo, que nos ensina:
E ASSIM, LIÇÃO POR LIÇÃO
O QUE AOS POUCOS APRENDEMOS
DE OUTROS A OUTROS DAREMOS
QUE OUTROS A OUTROS DARÃO
Para possível consulta: o suporte da apresentação do projecto Recursos Educativos MVG, pela FMVG, CML e Ao Luar Teatro.