“Quando se fala nas gentes e cultura algarvias é dele que todos se lembram. A sua biblioteca reúne para cima de 2000 livros, uma abrangente colecção de história local e regional cujo bichinho começou à lareia, a ouvir o pai”.
in Jornal Público, 02 jul. 2017, por Idálio Revez
Luís Manuel Mendes Guerreiro, natural de Querença, concelho de Loulé, era licenciado em engenharia civil pelo Instituto Superior Técnico, mas há muitos anos que tinha trocado os números pelas letras, Foi presidente da Fundação Manuel Viegas Guerreiro, desde o início, até 2017. Faleceu a poucos dias de completar 57 anos de idade, na madrugada de 14 de agosto de 2017, no Hospital de Faro, vitima de doença prolongada.
Quando terminou a licenciatura, Luís Guerreiro começou a trabalhar na Divisão de Saneamento Básico da Câmara Municipal de Loulé, porém, rapidamente mudou de azimute e ao longo dos anos, Luís Guerreiro dedicou-se à investigação, em especial sobre temas da história do Algarve, tendo reunido na sua biblioteca pessoal, cerca de dois mil livros sobre a região algarvia.
Este fundo, o Centro de Estudos Algarvios (CEA), está alojado na FMVG, instituição a que presidiu da primeira hora em que foi criada até à última da sua vida.
Em 2020, a FMVG celebrou o seu legado convidando várias personalidades ligadas à Cultura a elaborar um breve ensaio a partir de um livro, símbolo de uma das paixões maiores de Luís Guerreiro. Os textos foram publicados no site da Fundação e partilhados no Facebook e na newsletter da FMVG. Posteriormente, foi editada uma brochura com todos os artigos reunidos. Para ler aqui.
A iniciativa pretendeu valorizar o CEA e homenagear o seu fundador, com destaque para algumas das obras que compõem este acervo bibliográfico e documental.
Presidindo desde o início à Fundação Manuel Viegas Guerreiro, com sede na sua terra natal, Luís Guerreiro foi o principal mentor do Festival Literário Internacional de Querença (FLIQ), mas muitos outros projetos têm estado a ser desenvolvidos por esta Fundação, grande parte deles, em parceria com a Universidade do Algarve.
Luís Guerreiro foi também o autor da proposta de criação de uma Hemeroteca Digital do Algarve (HDA), projeto candidatado ao Orçamento Participativo Portugal, em parceria com a Ualg. O projecto acabou por obter uma adesão significativa, em termos de votação, acabando por vencer e passar à fase de execução, Actualmente, a HDA – cujo espólio é de consulta gratuita – reúne milhares de páginas de jornais produzidos na ou que incidem sobre a região algarvia, com perto de 300 títulos. Os mais antigos remontam a 1810. Pode aceder aqui.